domingo, 26 de outubro de 2014

Nematelmintos

Nematelmintos



 Os Nematelmintos (do grego nematos: ‘filamento’, e helmin: ‘vermes’) são vermes de corpo cilíndrico e afiado nas extremidades. As quantidades de espécies existentes são em torno de 10.000, a maioria de vida livre, encontrados em ambiente aquático e terrestre e são aproximadamente 50 espécies nemátodes que agem como parasitas em plantas, animais, inclusive seres humanos.
     
São seres triblásticos, ou seja,possuem os três folhetos germinativos:ectoderma, mesoderme e endoderme;
Pseudocelomados, sua cavidade corporal é delimitada pelos tecidos da mesoderme e endoderme;                                                                                                                     Protostômios (o blastóporo origina-se na boca) e possuem simetria bilateral                         O corpo dos nematelmintos e coberto por uma película resistente, composta de colágeno  produzida na epiderme, que os protegem contra as enzimas digestivas do organismo hospedeiro.


A musculatura desses vermes é composta por uma única camada de células que se distribui pelo corpo, a qual é responsável pela movimentação desses animais, provocando flexões dorsoventrais
Os Nematelmintos não possuem sistema respiratório nem circulatório. A respiração desses animais é cutânea, ou tegumentar, ocorrida através de difusão e a circulação de gases, nutrientes e substâncias tóxicas é feita pelo pseudoceloma.

Sistema Nervoso

Os Nematelmintos apresentam um anel nervoso em torno da faringe com  dois cordões nervosos que percorrem o corpo do animal longitudinalmente, que são:
O cordão nervoso dorsal, responsável pela função motora, e o Cordão Ventral, que é responsável pela função motora e sendorial, ou seja, a mais pimportante.




   Sistema Digestório

Eles apresentam sistema digestório completo. Possuem boca e anus e na boca, possuem lábios contendo papilas sensoriais, placas cortantes semelhantes a dentes com as quais podem perfurar tecidos de outros seres vivos. Se alimentam de produtos pré digeridos pelo hospedeiro, mas também há espécies fitófragas e carnívoras.

    


 
Sistema excretor

Possuem célula especializada com formato semelhante a letra ‘H’, onde ocorre a excreção, percorrendo a lateral do corpo do verme, emitindo um ducto que elimina as excretas pelo poro excretor (ânus).A principal excreta desses animais é a amônia.

     

               

 Reprodução

A reprodução dos nematelmintos é sexuada com desenvolvimento indireto e apresentam dimorfismo sexual,ou seja, a fêmea se difere do macho. Os machos são menores que as fêmeas e sua porção posterior é afilada e curva, facilitando a cópula.Os machos, depositam seus espermatozoides no poro genital das fêmeas.As saídas dos espermatozóides no macho é ocorrida pelo ânus.



Principais doenças provocadas por nematelmintos


Ascaridíase: lombriga


 
É uma verminose causada pelo parasita Ascaris lumbricóides. É a verminose mais propagada pelo mundo. A contaminação ocorre pela ingestão de ovos infectados do verme, podendo ser localizados em ambiente terrestre, aquático ou alimentos contaminados por fezes humanas. O único reservatório é o ser humano. Se os ovos encontram um meio favorável, podem contaminar durante vários anos.


Ciclo da Ascaridíase

  1. A ingestão de água ou alimento contaminado pode introduzir ovos de lombriga no tubo  digestório humano.
  2. No intestino delgado, os ovos são rompidos, liberando uma larva.
  3. Cada larva ultrapassa o revestimento intestinal e segue pela corrente sanguínea, atingindo órgãos como fígado, coração e pulmões, onde ocorre  mudanças na cutícula e aumento de tamanho.
  4. A larva permanece nos alvéolos pulmonares, causando sintomas semelhantes ao de pneumonia.
  5. Ao sair dos alvéolos, elas se transportam para os brônquios, traqueia, laringe, provocando tosse pelo movimento que fazem, e por ultimo, faringe.
  6. Logo após este processo, são deglutidas e atingem o intestino delgado, onde se desenvolvem e transformam-se em vermes adultos.
  7. Após o acasalamento, a fêmea começa a liberação dos ovos, cerca de 15.000 por dia. Todo esse ciclo que começou com a ingestão de ovos, até a formação de adultos, dura cerca de 2 meses.
  8. Os ovos são eliminados com as fezes.Dentro de cada ovo, ocorre o desenvolvimento de um embrião que, após um certo tempo, se transforma em larva.

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Sintomas

A maioria das infecções não tem sintomas.
Em várias situações podem surgir sintomas dependendo do órgão atingido. A ascaridíase causa dor de barriga, diarréia, náuseas, falta de apetite ou nenhum sintoma. Quando há grande número de vermes pode haver quadro de obstrução intestinal. A larva pode contaminar as vias respiratórias, fazendo o indivíduo apresentar tosse, catarro com sangue ou crise de asma. Se uma larva obstruir o colédoco pode haver icterícia obstrutiva. O diagnóstico é feito pelo exame de fezes, onde se encontram os ovos do parasita.


Tratamento

Existem remédios específicos para erradicar a larva do organismo humano (vermífugos), todos por via oral.


Prevenção

Através de medidas de saneamento básico: É necessário, também tratar todos os portadores da doença. A ascaridíase se encontra mais presente em países de clima tropical e subtropical. As más condições de higiene e a utilização das fezes como adubo contribuem para a prevalência dessa verminose nos países do terceiro mundo.


Ancilostomíase: Amarelão


 
 A Ancilostomíase, é uma doença causada pelo verme  Ancylostoma duodenale e também pelo Necatur americanus, ambos de pequenas dimensões, medindo entre 1 e 1,5 centímetros. A doença também é conhecida como amarelão.
Os portadores  desta verminose ficam pálidas,com pele amarelada, pois os vermes vivem no intestino delgado e, com suas placas cortantes, perfuram as paredes do intestino, sugando o sangue e provocando hemorragias e anemia.
O individuo é contagiado ao contato com o solo contaminado por dejetos. As larvas penetram através da pele, ou através da mucosa, quando é ingerida. As larvas têm origem nos ovos eliminados pelo homem.

Ciclo de Vida

imagem microscópica do ovo do verme Ancylostoma duodenale 

 Os vermes adultos vivem no intestino delgado humano. Depois da reprodução os ovos são lançados com as fezes.A fêmea do Ancylostoma duodenale Põe cerca de 30 mil ovos por dia, enquanto a do Necator americanus põe 9 mil. Encontrando condições favoráveis no calor e na umidade, tornam-se embrionários em torno de 24 horas após a expulsão.
A larva assim formada, é chamada rabditóide. Desloca-se da casca do ovo, passando a levar vida livre no solo. Em média de uma semana,transforma-se em uma larva que pode penetrar em um homem através da pele, chamada filarióide infestante.
Quando os indivíduos andam descalços nas áreas que contem larvas, elas penetram na pele, migrando para os capilares linfáticos da derme, logo, passam para os capilares sanguíneos, sendo transportadas para o coração através da circulação e aos pulmões finalmente, logo perfurando os capilares pulmonares e a parede dos alvéolos, migram pelos brônquios e chegam à faringe. Em seguida, descem pelo esôfago e alcançam o intestino delgado, onde se tornam adultas.
Outra maneira de se contaminar é pela larva filarióide encistada a qual, se é ingerida oralmente, alcança o estado adulto no intestino delgado, sem percorrer os caminhos descritos anteriormente.
                                                      

Sintomas

No local da penetração das larvas filarióides, ocorre uma reação inflamatória (pruriginosa). No decurso, pode ser observada tosse ou até pneumonia (passagem das larvas pelos pulmões). Em seguida, surgem perturbações intestinais que se manifestam por cólicas, náuseas e hemorragias decorrentes da ação espoliadora dos dentes ou placas cortantes existentes na boca destes vermes. Estas hemorragias podem durar muito tempo, levando o indivíduo a uma anemia intensa, o que agrava mais o quadro. 
Poderão ocorrer algumas complicações, tais como: caquexia (desnutrição profunda), amenorréia (ausência de menstruação), partos com feto morto e, em crianças, transtornos no crescimento.

Prevenção e Tratamento

As principais medidas de prevenção consistem na construção de instalações sanitárias adequadas, evitando assim que os ovos dos vermes contaminem o solo; uso de calçados, impedindo a penetração das larvas pelos pés. Além do tratamento dos portadores, é necessária uma ampla campanha de educação sanitária. Caso contrário, o homem correrá sempre o risco de adquirir novamente a verminose.


No tratamento dos doentes, o remédio clássico é o befênio; também são eficazes o pirantel, mebendazol e tiabendazol.


 

Oxiuríase: Coceira Anal



 

O que é?

É uma inflamação causada pelo verme Oxyurus vermicularis (ou Enterobius vermicularis) que fica alojado no intestino grosso. Caracteriza-se por edema (inchaço), hiperemia (vermelhidão), hiperestesia (aumento da sensibilidade dolorosa) e aumento da temperatura local eventualmente se acompanha de diminuição funcional e na dependência do local atingido pode passar sem que se perceba o processo.

Como se adquire?

Esta verminose é adquirida pela chegada dos ovos deste parasita ao aparelho digestivo através de mecanismos como: a - deglutição,juntamente com os alimentos, poeira de casa, objetos, animais, roupas contaminados com ovos dos oxiúros. Auto-infestação, no ato de coçar o ânus os ovos podem aderir aos dedos e então levados à boca. Após a deglutição dos ovos, no intestino as larvas se transformam em adultos, as fêmeas guardam os ovos fecundados e os machos morrem. As fêmeas migram para o cólon e reto, de noite elas Saem pelo esfíncter anal e depositam ovos na região anal e perianal.

O que se sente?

Exceto pela coceira anal e por ocasionais episódios de diarréia a maioria das pessoas não sente nada. Infestações intensas podem causar vômitos, freqüentes diarréias inclusive com excesso de gordura nas fezes, prurido anal constante, insônia. Irritabilidade, perda de peso, chegando à desnutrição.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico pode ser evidenciado pela visualização dos vermes nas fezes (raro), em pesquisa de ovos no exame parasitológico de fezes e mais comumente pela pesquisa de ovos na região perianal e anal através de raspado anal ou fita adesiva. 

Prevenção

A higiene de um modo sistemático, mãos, alimentos, animais, roupas, roupas de cama, brinquedos é eficaz na prevenção. O uso de água sanitária (diluição de 1/3) serve para maior eficácia na limpeza de objetos que não sejam atacados pelo cloro.





Filariase: elefantíase




A filaríase ou elefantíase é a doença causada pelos parasitas nematóides Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, comumente chamados filária, que se alojam nos vasos linfáticos causando linfedema. Esta doença é também conhecida como elefantíase, devido ao aspecto de perna de elefante do paciente com esta doença. Tem como transmissor os mosquitos dos gêneros Culex, Anopheles, Mansonia ou Aedes, presentes nas regiões tropicais e subtropicais. Quando o nematódeo obstrui o vaso linfático, o edema é irreversível, daí a importância da prevenção com mosquiteiros e repelentes, além de evitar o acúmulo de águas paradas em pneus velhos, latas, potes e outos.
As formas adultas são vermes nemátodes de secção circular e com tubo digestivo completo. As fêmeas, em alguns centímetros são maiores que os machos e a reproduções são exclusivamente sexuais, com geração de microfilárias. Estas são pequenas larvas fusiformes com apenas 0,2 milímetros.


Ciclo de Vida

As larvas são transmitidas pela picada dos mosquitos e da mosca Chrysomya conhecida como Mosca Varejeira. Da corrente sanguínea elas deslocam-se para os vasos linfáticos, onde se maturam nas formas adultas sexuais. Após cerca de oito meses da infecção inicial, é produzido microfilárias que surgem no sangue, assim como em muitos órgãos. O mosquito é infectado quando pica um ser humano doente. Dentro do mosquito as microfilárias modificam-se ao fim de alguns dias em formas infectantes, que migram principalmente para a cabeça do mosquito.





Progressão e sintomas

O período de incubação pode ser de um mês ou vários meses. A maioria dos casos é assintomática, contudo existe produção de microfilárias e o indivíduo dissemina a infecção através dos mosquitos que o picam.
Os episódios de transmissão de microfilárias (geralmente a noite, a depender da espécie do vetor) pelos vasos sanguíneos podem levar a reações do sistema imunitário, como prurido, febre, mal estar, tosse, asma, fatiga, exantemas, adenopatias (inchaço dos gânglios linfáticos) e com inchaços nos membros, escroto ou mamas. Por vezes causa inflamação dos testículos (orquite).
Em longo prazo, a presença de vários pares de adultos nos vasos linfáticos, com fibrosação e obstrução dos vasos (formando nódulos palpáveis) podem levar a acumulações de linfa a montante das obstruções, com dilatação de vasos linfáticos alternativos e espessamento da pele.
Esta condição, dez a quinze anos depois, manifesta-se como aumento de volume grotesco das regiões afetadas, principalmente pernas e escroto, devido a retenção de linfa. Os vasos linfáticos alargados pela linfa retida, por vezes arrebentam, complicando a drenagem da linfa ainda mais. Por vezes as pernas tornam-se grossas, dando um aspecto semelhante a patas de elefante, descrito como elefantíase

Diagnóstico

O diagnóstico é pela observação microscópica de microfilárias em amostras de sangue. Caso a espécie apresente periodicidade noturna, é necessário recolher sangue de noite, de outro modo não serão encontradas. A ecografia permite detectar as formas adultas.


Tratamento

São usados antiparasíticos como mebendazole. É importante tratar as infecções secundárias.

Prevenção

Há um programa da OMS que procura eliminar a doença com fármacos administrados como prevenção e inseticidas. É útil usar roupas que cubram o máximo possível da pele, repelentes de insetos e dormir protegido com redes.


                                            MAPA CONCEITUAL



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