Nematelmintos
Os Nematelmintos (do grego nematos: ‘filamento’, e helmin: ‘vermes’) são vermes de corpo cilíndrico
e afiado nas extremidades. As quantidades de espécies existentes são em torno
de 10.000, a maioria de vida livre, encontrados em ambiente aquático e
terrestre e são aproximadamente 50 espécies nemátodes que agem como parasitas
em plantas, animais, inclusive seres humanos.
São seres triblásticos, ou seja,possuem os
três folhetos germinativos:ectoderma, mesoderme e endoderme;
Pseudocelomados, sua cavidade corporal é delimitada pelos tecidos da
mesoderme e endoderme; Protostômios
(o blastóporo origina-se na boca) e possuem simetria bilateral O corpo dos
nematelmintos e coberto por uma película resistente, composta de colágeno produzida na epiderme, que os protegem contra
as enzimas digestivas do organismo hospedeiro.
A musculatura desses
vermes é composta por uma única camada de células que se distribui pelo corpo, a
qual é responsável pela movimentação desses animais, provocando flexões
dorsoventrais
Os Nematelmintos não possuem
sistema respiratório nem circulatório. A respiração desses animais é cutânea,
ou tegumentar, ocorrida através de difusão e a circulação de gases, nutrientes
e substâncias tóxicas é feita pelo pseudoceloma.
Sistema Nervoso
Os Nematelmintos apresentam um anel nervoso em torno da faringe com dois cordões nervosos que percorrem o corpo do
animal longitudinalmente, que são:
O cordão nervoso dorsal, responsável pela função motora, e o Cordão
Ventral, que é responsável pela função motora e sendorial, ou seja, a mais
pimportante.
Sistema Digestório
Eles apresentam sistema
digestório completo. Possuem boca e anus e na boca, possuem lábios contendo
papilas sensoriais, placas cortantes semelhantes a dentes com as quais podem
perfurar tecidos de outros seres vivos. Se alimentam de produtos pré digeridos
pelo hospedeiro, mas também há espécies fitófragas e carnívoras.
Possuem célula especializada
com formato semelhante a letra ‘H’, onde ocorre a excreção, percorrendo a
lateral do corpo do verme, emitindo um ducto que elimina as excretas pelo poro
excretor (ânus).A principal excreta desses animais é a amônia.
Reprodução
A reprodução dos nematelmintos é sexuada com
desenvolvimento indireto e apresentam dimorfismo sexual,ou seja, a fêmea se
difere do macho. Os machos são menores que as fêmeas e sua porção posterior é
afilada e curva, facilitando a cópula.Os machos, depositam seus espermatozoides no poro genital das fêmeas.As saídas dos espermatozóides no macho é ocorrida
pelo ânus.
Principais doenças provocadas por nematelmintos
É uma verminose causada pelo parasita Ascaris lumbricóides. É a
verminose mais propagada pelo mundo. A contaminação ocorre pela ingestão de
ovos infectados do verme, podendo ser localizados em ambiente terrestre,
aquático ou alimentos contaminados por fezes humanas. O único reservatório é o
ser humano. Se os ovos encontram um meio favorável, podem contaminar durante
vários anos.
Ciclo da Ascaridíase
- A ingestão de água ou alimento contaminado pode
introduzir ovos de lombriga no tubo digestório humano.
- No intestino delgado, os ovos são rompidos, liberando
uma larva.
- Cada larva ultrapassa o revestimento intestinal e
segue pela corrente sanguínea, atingindo órgãos como fígado, coração e pulmões,
onde ocorre mudanças na cutícula e
aumento de tamanho.
- A larva permanece nos alvéolos pulmonares, causando
sintomas semelhantes ao de pneumonia.
- Ao sair dos alvéolos, elas se transportam para os
brônquios, traqueia, laringe, provocando tosse pelo movimento que fazem, e por
ultimo, faringe.
- Logo após este processo, são deglutidas e atingem o
intestino delgado, onde se desenvolvem e transformam-se em vermes adultos.
- Após o acasalamento, a
fêmea começa a liberação dos ovos, cerca de 15.000 por dia. Todo esse ciclo que
começou com a ingestão de ovos, até a formação de adultos, dura cerca de 2
meses.
- Os ovos são eliminados com as fezes.Dentro de cada
ovo, ocorre o desenvolvimento de um embrião que, após um certo tempo, se
transforma em larva.
Sintomas
A maioria das infecções
não tem sintomas.
Em várias situações podem
surgir sintomas dependendo do órgão atingido. A ascaridíase causa dor de
barriga, diarréia, náuseas, falta de apetite ou nenhum sintoma. Quando há
grande número de vermes pode haver quadro de obstrução intestinal. A larva pode
contaminar as vias respiratórias, fazendo o indivíduo apresentar tosse, catarro
com sangue ou crise de asma. Se uma larva obstruir o colédoco pode haver
icterícia obstrutiva. O
diagnóstico é feito pelo exame de fezes, onde se encontram os ovos do parasita.
Tratamento
Existem remédios
específicos para erradicar a larva do organismo humano (vermífugos), todos por
via oral.
Prevenção
Através de medidas de
saneamento básico: É necessário, também tratar todos os portadores da doença. A
ascaridíase se encontra mais presente em países de clima tropical e
subtropical. As más condições de higiene e a utilização das fezes como adubo
contribuem para a prevalência dessa verminose nos países do terceiro mundo.
A Ancilostomíase, é uma doença causada
pelo verme Ancylostoma duodenale e também pelo Necatur americanus, ambos de pequenas dimensões,
medindo entre 1 e 1,5 centímetros. A doença também é conhecida como amarelão.
Os portadores desta verminose ficam pálidas,com pele
amarelada, pois os vermes vivem no intestino delgado e, com suas placas
cortantes, perfuram as paredes do intestino, sugando o sangue e provocando
hemorragias e anemia.
O individuo é contagiado
ao contato com o solo contaminado por dejetos. As larvas penetram através da
pele, ou através da mucosa, quando é ingerida. As larvas têm origem nos ovos
eliminados pelo homem.
Os vermes adultos vivem no intestino
delgado humano. Depois da reprodução os ovos são lançados com as fezes.A fêmea
do Ancylostoma duodenale Põe cerca de 30 mil ovos por dia, enquanto a
do Necator americanus põe 9 mil. Encontrando condições
favoráveis no calor e na umidade, tornam-se embrionários em torno de 24 horas
após a expulsão.
A larva assim formada, é chamada
rabditóide. Desloca-se da casca do ovo, passando a levar vida livre no solo. Em
média de uma semana,transforma-se em uma larva que pode penetrar em um homem
através da pele, chamada filarióide infestante.
Quando os indivíduos andam descalços nas
áreas que contem larvas, elas penetram na pele, migrando para os capilares
linfáticos da derme, logo, passam para os capilares sanguíneos, sendo transportadas para o coração através da circulação e
aos pulmões finalmente, logo perfurando os capilares pulmonares e a parede
dos alvéolos, migram pelos brônquios e chegam à faringe. Em seguida, descem
pelo esôfago e alcançam o intestino delgado, onde se tornam adultas.
Outra maneira de se contaminar é pela larva filarióide
encistada a qual, se é ingerida oralmente, alcança o estado adulto no intestino
delgado, sem percorrer os caminhos descritos anteriormente.
Sintomas
No local da penetração das larvas filarióides,
ocorre uma reação inflamatória (pruriginosa). No decurso, pode ser observada
tosse ou até pneumonia (passagem das larvas pelos pulmões). Em seguida, surgem
perturbações intestinais que se manifestam por cólicas, náuseas e hemorragias
decorrentes da ação espoliadora dos dentes ou placas cortantes existentes na
boca destes vermes. Estas hemorragias podem durar muito tempo, levando o
indivíduo a uma anemia intensa, o que agrava mais o quadro.
Poderão ocorrer algumas complicações, tais como:
caquexia (desnutrição profunda), amenorréia (ausência de menstruação), partos
com feto morto e, em crianças, transtornos no crescimento.
Prevenção e Tratamento
As principais medidas de prevenção consistem na
construção de instalações sanitárias adequadas, evitando assim que os ovos dos
vermes contaminem o solo; uso de calçados, impedindo a penetração das larvas
pelos pés. Além do tratamento dos portadores, é necessária uma ampla campanha
de educação sanitária. Caso contrário, o homem correrá sempre o risco de
adquirir novamente a verminose.
No tratamento dos doentes, o remédio clássico é o befênio; também são eficazes o pirantel, mebendazol e tiabendazol.
No tratamento dos doentes, o remédio clássico é o befênio; também são eficazes o pirantel, mebendazol e tiabendazol.
Oxiuríase: Coceira Anal
O que é?
É uma inflamação causada
pelo verme Oxyurus vermicularis (ou Enterobius vermicularis)
que fica alojado no intestino grosso. Caracteriza-se por edema (inchaço),
hiperemia (vermelhidão), hiperestesia (aumento da sensibilidade dolorosa) e
aumento da temperatura local eventualmente se acompanha de diminuição funcional
e na dependência do local atingido pode passar sem que se perceba o processo.
Como se adquire?
Esta verminose é adquirida pela
chegada dos ovos deste parasita ao aparelho digestivo através de mecanismos
como: a - deglutição,juntamente com os alimentos, poeira de casa, objetos,
animais, roupas contaminados com ovos dos oxiúros. Auto-infestação, no ato de
coçar o ânus os ovos podem aderir aos dedos e então levados à boca. Após a
deglutição dos ovos, no intestino as larvas se transformam em adultos, as
fêmeas guardam os ovos fecundados e os machos morrem. As fêmeas migram para o
cólon e reto, de noite elas Saem pelo esfíncter anal e depositam ovos na região
anal e perianal.
O que se sente?
Exceto pela coceira anal e
por ocasionais episódios de diarréia a maioria das pessoas não sente nada.
Infestações intensas podem causar vômitos, freqüentes diarréias inclusive com
excesso de gordura nas fezes,
prurido anal constante, insônia. Irritabilidade, perda de peso, chegando à desnutrição.
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico pode ser evidenciado pela visualização
dos vermes nas fezes (raro), em pesquisa de ovos no exame parasitológico de
fezes e mais comumente pela pesquisa de ovos na região perianal e anal através
de raspado anal ou fita adesiva.
Prevenção
A higiene de um modo
sistemático, mãos, alimentos, animais, roupas, roupas de cama, brinquedos é
eficaz na prevenção. O uso de água sanitária (diluição de 1/3) serve para maior
eficácia na limpeza de objetos que não sejam atacados pelo cloro.
Filariase: elefantíase
A filaríase ou elefantíase é a doença
causada pelos parasitas nematóides Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, comumente
chamados filária, que se alojam nos vasos linfáticos causando linfedema. Esta
doença é também conhecida como elefantíase, devido ao aspecto de perna de
elefante do paciente com esta doença. Tem como transmissor os mosquitos dos
gêneros Culex, Anopheles, Mansonia ou Aedes, presentes nas regiões tropicais e
subtropicais. Quando o nematódeo obstrui o vaso linfático, o edema é
irreversível, daí a importância da prevenção com mosquiteiros e repelentes,
além de evitar o acúmulo de águas paradas em pneus velhos, latas, potes e outos.
As formas adultas são
vermes nemátodes de secção circular e com tubo digestivo completo. As fêmeas,
em alguns centímetros são maiores que os machos e a reproduções são
exclusivamente sexuais, com geração de microfilárias. Estas são pequenas larvas
fusiformes com apenas 0,2 milímetros.
Ciclo de Vida
As larvas são transmitidas
pela picada dos mosquitos e da mosca Chrysomya conhecida como Mosca Varejeira.
Da corrente sanguínea elas deslocam-se para os vasos linfáticos, onde se
maturam nas formas adultas sexuais. Após cerca de oito meses da infecção
inicial, é produzido microfilárias que surgem no sangue, assim como em muitos
órgãos. O mosquito é infectado quando pica um ser humano doente. Dentro do
mosquito as microfilárias modificam-se ao fim de alguns dias em formas
infectantes, que migram principalmente para a cabeça do mosquito.
Progressão e sintomas
O período de incubação
pode ser de um mês ou vários meses. A maioria dos casos é assintomática,
contudo existe produção de microfilárias e o indivíduo dissemina a infecção
através dos mosquitos que o picam.
Os episódios de transmissão de
microfilárias (geralmente a noite, a depender da espécie do vetor) pelos vasos
sanguíneos podem levar a reações do sistema imunitário, como prurido, febre,
mal estar, tosse, asma, fatiga, exantemas, adenopatias (inchaço dos gânglios
linfáticos) e com inchaços nos membros, escroto ou mamas. Por vezes causa
inflamação dos testículos (orquite).
Em
longo prazo, a presença de vários pares de adultos nos vasos linfáticos,
com fibrosação e obstrução dos vasos (formando nódulos palpáveis) podem levar a
acumulações de linfa a montante das obstruções, com dilatação de vasos
linfáticos alternativos e espessamento da pele.
Esta condição, dez a quinze anos depois,
manifesta-se como aumento de volume grotesco das regiões afetadas,
principalmente pernas e escroto, devido a retenção de linfa. Os vasos
linfáticos alargados pela linfa retida, por vezes arrebentam, complicando a
drenagem da linfa ainda mais. Por vezes as pernas tornam-se grossas, dando um
aspecto semelhante a patas de elefante, descrito como elefantíase
Diagnóstico
O diagnóstico é pela
observação microscópica de microfilárias em amostras de sangue. Caso a espécie
apresente periodicidade noturna, é necessário recolher sangue de noite, de
outro modo não serão encontradas. A ecografia permite detectar as formas adultas.
Tratamento
São usados antiparasíticos
como mebendazole. É importante tratar as infecções secundárias.
Prevenção
Há um programa da OMS que
procura eliminar a doença com fármacos administrados como prevenção e
inseticidas. É útil usar roupas que cubram o máximo possível da pele,
repelentes de insetos e dormir protegido com redes.
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