domingo, 26 de outubro de 2014

O Reino Fungi

Fungos


           



De uma forma geral, podemos dizer que há tipos diferentes de fungos e também que eles são uma forma de vida bastante simples. Entre suas diferenças, há aqueles que são extremamente prejudicais para a saúde do homem, provocando inúmeras doenças. Há ainda os que parasitam vegetais e animais mortos. Os que servem para alimento e até aqueles dos quais se pode extrair medicamentos importantes para o homem, como a penicilina.

Importâncias

Ecológica

Os fungos apresentam grande variedade de vida podendo viver como:

  • Saprófagos: obtém alimentos decompondo organismos mortos. Eles são responsáveis por grande parte da degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Juntamente com as bactérias saprófagas, eles compõem o grupo dos organismos decompositores, de grande importância ecológica. Apesar desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são responsáveis pelo apodrecimento de alimentos, de madeira utilizada em diferentes tipos de construções de tecidos, provocando sérios prejuízos econômicos.

  • Parasitas: obtém alimento de organismos vivos, nos quais se instalam, podendo prejudicar ou estabelecer uma relação mutualística, onde ambos de beneficiam. Os fungos parasitas provocam doenças em plantas e em animais, inclusive no homem.

  • Predadores: são os fungos que capturam pequenos animais e se alimentam deles.




Em todos os casos, os fungos liberam enzimas digestivas para fora dos seus corpos. Essas enzimas atuam imediatamente no meio orgânico no qual eles se instalam, degradando-o à molécula simples, que são absorvidas pelos fungos em uma solução aquosa.

Doenças: as micoses que aparecem comumente nos homens são doenças provocadas por fungos. As mais comuns ocorrem na pele, podendo se manifestar em qualquer parte da superfície do corpo. São comuns as micoses do couro cabeludo, da barba, das unhas e as frieiras (pé-de-atleta).
As micoses também podem afetar as mucosas da boca, que é o caso do sapinho, muito comum em crianças. Essa doença se caracteriza por múltiplos pontos brancos na mucosa.
Existem também fungos que parasitam o interior do organismo, como o caso da histoplasmose, doença grave que ataca os pulmões.
                      

Fungos unicelulares


                       
À primeira vista, parece que todo o fungo é macroscópico, porém existem também os fungos microscópicos unicelulares caracterizado por:
  • Constituídos por uma única célula;
  • Designam-se leveduras;
  • Apresentam um forma esférica ou oval, tendo tendência para se agruparem, constituindo colônias.
Entre eles podemos citar o Saccharomyces cerevisiae, fungo utilizado para fabricação de pão, cachaça, cerveja, etc.


Fungos pluricelulares


                       
Os fungos pluricelulares possuem uma característica morfológica que os diferencia dos demais seres vivos. Seu corpo é constituído por dois componentes: o corpo de frutificação, que é responsável pela reprodução do fungo, por meio de células reprodutoras especiais, os esporos, e o micélio, que é constituído por uma serie de filamentos, onde cada filamento é chamado de hifa.
Na maioria dos fungos, a parede celular é complexa e constituída de quitina, a mesma substância encontrada no esqueleto dos artrópodes.
O carboidrato de reserva energética da maioria dos fungos é o glicogênio, do mesmo modo que acontece com os animais.

Tipos de hifas


                             
Dependendo do grupo de fungos, as hifas podem apresentar diferentes tipos de organização.
Nas hifas cenocíticas, presentes em fungos simples, o fio é continuo e o citoplasma contem numerosas núcleos inseridos nele.
Fungos mais complexos possuem hifas septadas, isto é, possuem paredes divisórias  que separam o filamento internamente em segmentos mais ou menos parecidos. Em cada septo há poros que permitem o livre trânsito de material citoplasmático de um compartimento a outro.

Reprodução dos fungos

Reprodução assexuada:

·     Fragmentação: é a maneira mais fácil de um fungo filamentoso se reproduzir assexuadamente, onde um micélio se fragmenta formando novos micélios.






·     Brotamento: Leveduras como Saccharomyces cerevisae se reproduzem por brotamento ou gemulação. Os brotos (gêmulas) normalmente se separam do genitor mas eventualmente podem permanecer grudados, formando cadeias de células.










                                   

·     Esporulação: Nos fungos terrestres, os corpos de frutificação produzem, por mitose, células abundantes, leves, que são espalhadas pelo meio. Cada células dessas, um esporo conhecido como conidiósporo (do grego, kónis = poeira), ao cair em um material apropriado, é capaz de gerar sozinha um novo mofo, bolor etc.
Para a produção desse tipo de esporo a ponta de uma hifa destaca-se do substrato e, repentinamente, produz centenas de conidiósporos, que permanecem unidos até serem liberados.

Reprodução sexuada:

No   ciclo reprodutivo de alguns fungos aquáticos, há a produção de gametas flagelados, que se fundem e geram zigotos que produzirão novos indivíduos. Nos fungos terrestres, existe um ciclo de reprodução no qual há produção de esporos por meiose. Desenvolvendo-se, esses esporos geram hifas haploides que posteriormente se fundem e geram novas hifas diploides, dentro dos quais ocorrerão novas meioses para a produção de mais esporos meióticos. A alternância de meiose e fusão de hifas (que se comportam como gametas) caracteriza o processo como sexuado.

De modo geral, a reprodução sexuada dos fungos se inicia com a fusão de hifas haploides, caracterizando a plasmogamia (fusão de citoplasmas). Os núcleos haploides geneticamente diferentes, provenientes de cada hifa parental, permanecem separados (fase heterocariótica, n + n).

O esquema da figura  abaixo ilustra um ciclo de reprodução genérico, válido para a maioria dos fungos. Muitos alternam a reprodução sexuada com a assexuada. Em outros, pode ocorrer apenas reprodução sexuada ou apenas a reprodução assexuada.




Classificação dos fungos

Fungos são difíceis de classificar, pois trata-se de um grupo muito antigo com mais de 540 milhões de anos e com muitas duvidas de sua origem e evolução.


  • Quitridiomicetos: constituídos por cerca de 790 espécies, são os prováveis ancestrais dos fungos. Vivem em meio aquático e em solos úmidos próximos a represas, rios e lagos.Vivem da absorção da matéria orgânica que decompõe e, muitas vezes, parasitam algas, protozoários, outros fungos, plantas e animais.

  • Zigomicetos: com cerca de 1.000 espécies, são fungos abundantemente distribuídos pelo ambiente, podendo atuar como decompositores ou como parasitas de animais.

  • Ascomicetos: com cerca de 32.000 espécies, são os que originam estruturas reprodutivas sexuadas, as chamadas ascos, dentro das quais são produzidos esporos meióticos, os ascósporos.

  • Basidiomicetos: com cerca de 22.000 espécies, são os fungos que produzem estruturas reprodutoras sexuadas chamadas basídios, produtores do esporo meiótico basidiósporo. O grupo inclui cogumelos, orelhas-de-pau, as ferrugens e os carvões, esses dois últimos causadores de doenças em plantas.

  • Deuteromicetos: ou fungos conidiais, que já foram conhecidos como fungos imperfeitos, constituem um grupo de fungos que não se enquadra no dos anteriores citados. Em muitos deles, a fase sexuada não é conhecida ou pode ter sido simplesmente perdida ao longo do processo evolutivo. De modo geral, reproduzem-se assexuadamente por meio da produção de conidiósporos.



  Liquens

Os liquens são associações simbióticas de mutualismo entre fungos e algas. Os fungos que formam liquens são, em sua grande maioria, ascomicetos 98%, sendo o restante basidiomicetos. As algas envolvidas nesta associação são as clorofíceas e cianobactérias.
A natureza dupla do líquen é demonstrada através do cultivo de seus componentes separadamente. Na associação, os fungos tomam formas diferentes daquelas que tinha quando isolados, grande parte do corpo do líquen é formado pelo fungo.

                        



Morfologia

Normalmente existem três tipos de talo:



  • Crostoso: o talo é semelhante a uma crosta e encontra-se fortemente aderido ao substrato.












                                    

Folioso: o talo é parecido com folhas














Fruticoso: o talo é parecido com um arbusto e tem posição ereta.












Gelatinosos: apresenta uma estrutura pastosa, lembrando folhas umedecidas.
                         








Reprodução


Os liquens não apresentam estruturas de reprodução sexuada. O micobionte pode formar conídios,ascósporos ou basidiósporos. As estruturas sexuadas apresentam forma de apotécio. Os esporos formados pelos fungos do liquen germinam quando entram em contato com alguma clorofícea ou cianobactéria.
O fotobionte se reproduz vegetativamente. O liquen pode se reproduzir assexuadamente por sorédios, que são propágulos que contém células de algas e hifas do fungo, e por isídios, que são projeções do talo, parecido com verrugas. O liquen também pode se reproduzir por fragmentação do talo.
A capacidade do liquen de viver em locais de alto estresse ecológico deve-se a sua alta capacidade de dessecação. Quando um líquen desseca, a fotossíntese é interrompida e ele não sofre pela alta iluminação, escassez de água ou altas temperaturas. Por conta desta baixa na taxa de fotossíntese, os liquens apresentam baixa taxa de crescimento.

Habitat


Os líquens possuem ampla distribuição e habitam as mais diferentes regiões. Normalmente os liquens são organismos pioneiros em um local, pois sobrevivem em locais de grande estresse ecológico. Podem viver em locais como superfícies de rochas, folhas, no solo, nos troncos de árvores, picos alpinos, etc.

Mapa conceitual




Artigo:
http://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2013/08/fungos-sao-utilizados-na-producao-de-alimentos-para-os-humanos.html


Vídeo:


Fontes:


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